Novembro Verde: Lei combate preconceito contra pessoas ostomizadas

Novembro Verde: Lei combate preconceito contra pessoas ostomizadas

O Dia do Ostomizado foi criado por meio da Lei nº 8.842/2021, aprovada na Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese); incluindo a data ( celebrada anualmente em 16 de novembro), no Calendário Oficial de Eventos do Estado de Sergipe. A autoria é do deputado Dr. Samuel Carvalho (Cidadania). O Ministério da Saúde estima que existam mais de 400 mil pessoas ostomizadas no Brasil. Em Sergipe, cerca de 900 pacientes estão cadastrados no Centro de Reabilitação José Leonel  Ferreira Aquino (CER IV), da Secretaria de Estado da Saúde, para receber as bolsas de coleta.

O objetivo é combater o preconceito e a desinformação sobre as pessoas que passaram por uma cirurgia de ostomia (procedimento cirúrgico para redirecionar os resíduos do corpo devido as doenças, traumas ou defeitos no cólon, intestino e bexiga).

Esses pacientes além da utilização de bolsa de coleta, necessitam de assistência por meio de uma equipe multidisciplinar composta por profissionais a exemplo de enfermeiros, psicólogos e nutricionistas, visando o obtenção da qualidade de vida, apesar da ostomia.

Com a lei, o poder público deve possibilitar a realização de campanhas educativas e a elaboração de políticas públicas com a finalidade de garantir os direitos das pessoas ostomizadas; além de conscientizar a população sobre a necessidade de respeitar e combater o preconceito.

Campanha

Em 2024, o Novembro Verde visa a conscientização e prevenção da ostomia, tendo como tema: “Dignidade para ostomizados: Um direito que não se negocia!”.

Instituída em assembleia geral realizada pela nossa Associação Nacional, a campanha tem por objetivos, conscientizar e prevenir a população considerando o crescimento de pessoas ostomizadas e fortalecer o Dia Nacional dos Ostomizados em 16 de novembro.

Entenda

A cirurgia de ostomia (abertura no abdome para acolocação de uma bosla) tem a finalidade de criar um percurso de saída alternativo para as fezes ou a urina, podendo ser temporário ou permanente, a depender do caso. Para se ter uma ideia, nos sistemas urinário e digestivo, normalmente a urina e as fezes são expulsas para o exterior através da uretra e do ânus, respetivamente. Com a ostomia, é criada uma via alternativa para a saída dos resíduos.

Esse tipo de cirurgia é feito geralmente em virtude de defeitos de nascença, problemas no estômago, na bexiga e no reto; doenças renais e intestinais complicadas, infecções abdominais, incontinência urinária ou traumas abdominais provenientes de acidentes.

A bolsa de ostomia (saco descartável e removível), denominada colostomia, ileostomia e urostomia, deve ser trocada quando estiver quase completamente branca, indicando risco de  descolamento e vazamento.

Atendimento

Em Sergipe, os pacientes ostomizados são atendidos pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), no Centro de Reabilitação José Leonel  Ferreira Aquino (CER IV), por meio do Serviço de Atenção à Saúde de Pessoas Ostomizadas (Saspo), que fornece para os pacientes três tipos de bolsas de estomias de eliminação: a de colostomia, ileostomia e a urostomia, podendo ser tanto planas como convexas, assim como as placas.

São oferecidas em média 15 placas e 30 bolsas para cada paciente, o que permite a troca a cada dois dias das placas e todos os dias da bolsa. Para receber o material, as pessoas devem agendar consulta no serviço de referência da região e levar o relatório do médico que a operou ou sumário de alta, além de documentos pessoais como xerox do RG, CPF, cartão do SUS e comprovante de residência dos últimos três meses; até o CER IV, localizado a Av. Dr. Carlos Rodrigues da Cruz – Capucho, Aracaju – SE.

A retirada de bolsas fica disponível de 7 h às 13 h. Os pacientes e familiares também recebem orientações necessárias para o cuidado com o estoma (abertura artificial criada cirurgicamente no corpo), suporte para a prevenção das complicações, acompanhamento com equipe multiprofissional e o incentivo ao convívio social e familiar, além da participação em grupos de apoio como a Associação Sergipana de Ostomizados e Amigos (Assoa).

Foto: Flávia Pacheco/Divulgação SES