Escola do Legislativo prepara programação especial para a Semana da Consciência Negra
A Escola do Legislativo João de Seixas Dória, da Assembleia Legislativa de Sergipe, prepara uma programação especial para as comemorações da Semana da Consciência Negra entre os dias 18 a 21 de novembro, às 9h, no auditório da Elese, com palestras, apresentações culturais e musicais. Pela primeira vez, o 20 de novembro, data que marca a morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e Dia da Consciência Negra será feriado nacional. A lei que instituiu a data (Lei 14.759/2023) foi sancionada pelo presidente Lula no ano passado.
No dia 18 de novembro, às 9h, será realizada a palestra com a professora Mayra Santos Silva, com o tema: Educação e consciência racial: o papel da educação na luta contra o racismo. Mayra Silva é professora de Filosofia e Sociologia das redes pública e privada de ensino nos estados da Bahia e Sergipe. É especialista em Didática e Metodologia de Ensino Superior, Gestão Escolar, Ensino de Filosofia e Ciências Sociais, Metodologias Ativas e Práticas Docentes, Coordenação de Projetos em Tempo Integral e ativista da UNEGRO-SE.
No dia 19 de novembro, às 9h, haverá várias apresentações musicais e culturais realizadas pelos alunos do Colégio Purificação, em Aracaju; além de palestra. ‘História para ninar gente grande’, com o samba da Escola de Samba Mangueira de 2019 que terá a participação da aluna Fernanda Santiago. O samba da mangueira foi escolhido porque provoca o ouvinte a conhecer a história daqueles que foram negligenciados ao longo dos séculos. A palestra ‘13 de Maio na Ótica Antirracista’ oferece uma reflexão que será apresentada pelas professoras Roberta Trindade e Fernanda Alves Santos, da Rede Pública de Sergipe. É uma crítica sobre a abolição da escravatura no Brasil, analisando o 13 de maio de 1888 sob a ótica antirracista. Muitas vezes tratado como um marco de ‘libertação’, este evento é revisitado para expor as profundas desigualdades sociais e raciais que ainda afetam a população negra no país.
Em ‘Monólogo de Dandara’ : Símbolo de Resistência e Luta, a aluna Lorena, do 1º ano do Ensino Médio, traz à tona a história de uma das mais importantes figuras da resistência negra no Brasil colonial. Dandara, esposa de Zumbi dos Palmares, foi muito mais do que uma companheira; ela desempenhou um papel crucial na organização do Quilombo dos Palmares, liderando ações militares e estratégias de defesa contra as forças coloniais. Lorena explorará a vida de Dandara não apenas como uma guerreira, mas também como uma mulher que desafiou o papel feminino imposto pela sociedade da época, lutando pela liberdade de seu povo e pela preservação da cultura africana.
‘O perigo de uma história única’ que será apresentado pela aluna Alícia, do 8° ano, irá apresentar uma resenha crítica do livro ‘O perigo de uma história única’ de Chimamanda Ngozi Adichie em que serão debatidos conceitos como identidade, subjetividade, racismo e estereótipos de maneira a subverter a hegemonia de uma única história oficial sobre os povos africanos, demonstrando que essa parcialidade do conhecimento é sempre injusta com as várias histórias, memórias e culturas existentes. ‘Óculos de cor: ver e não enxergar’ mostra a partir da história de duas crianças com realidades distintas, as protagonistas do livro Óculos de cor, de Lilia Schwarcz. Os alunos do Colégio Purificação comentarão sobre a persistência das desigualdades sociais e do racismo no Brasil, os privilégios da branquitude na sociedade brasileira e a importância de não mais naturalizar esses lugares de privilégio.
Por último o ‘Canto das Três raças – Clara Nunes interpretada por Carla Apenburg’ finaliza o dia de apresentações e debates. O clássico do samba brasileiro precisa ser sempre rememorado e ecoado, sendo uma das várias maneiras de contar as histórias de formação populacional, política e cultural do nosso país.
Já no dia 21 de novembro, às 9h ocorrerá, numa edição especial do Projeto ‘Quintas Negras’, a palestra ‘Direitos Humanos e Cultura de Paz: como enfrentar o racismo na Escola’ com a professora Adriane Damascena, da Universidade Federal de Pernambuco. A professora compõe a equipe de coordenação, formação e gestão da Educação para a Equidade Racial pelo CEERT. Tem experiência na área de Educação com ênfase em Fundamentos da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: História da Educação, patrimônio, currículo, Direitos Humanos e Infância, adolescência e juventude negra.
Para finalizar a programação, haverá uma apresentação especial do Grupo Canarinhos sob a regência do maestro Carlos Magno. O evento é gratuito e aberto ao público. Lembrando que no dia 20, quarta-feira, não haverá programação por conta do feriado nacional.
Por Rosângela Dória/Elese
Fotos: Jadilson Simões
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