Palestra: médicas debatem importância da vacinação
Foi realizada, nesta terça-feira (4), a palestra com o tema ‘Importância da Prevenção e os Desafios na Imunização’. O assunto foi debatido pela ginecologista, Carmen Luiza Leite, a imunologista, Gabriella Melo, e a geriatra, Vanessa Cristiane Farias Barros Dias.
A autoria da propositura é da deputada Áurea Ribeiro (Republicanos) e faz referência sobre o Dia Nacional da Imunização, celebrado em 9 de junho. Ela destacou a necessidade de prevenção para si próprio e para aquelas pessoas que fazem parte do convívio de cada um.
“Todos nós sabemos da importância da vacina, ela salva, previne e temos que ter essa campanha extensiva para o Brasil todo porque se você se vacina e se você vacina alguém, você está se protegendo e protegendo os outros. Então quero deixar um recado muito importante, principalmente às mães que tem suas crianças: vamos nos preocupar em vacinar e prevenir”, falou.
A presidente da Comissão de Saúde, Higiene, Assistência e Previdência Social, deputada Doutora Lidiane Lucena (Republicanos), alertou sobre o pequeno número de adesão às vacinas disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
“Isso é coisa que nunca ocorreu antes em nosso país, nós sempre fomos o país que mais vacinou no mundo, com a maior cobertura vacinal do mundo, e agora a gente vê essa queda. Hoje, em Sergipe nós temos cerca de 40,5% da população vacinada, imagina que nós tínhamos índices de 99%, então quando a gente vê essa queda, a gente se pergunta o que foi que aconteceu. Esse debate precisa ser amplo para que as pessoas entendam que ciência a gente não discute através de rede social, a gente discute com cientista, com quem de fato estuda e entende”, afirmou.
A parlamentar ainda salientou que é preciso falar sobre o assunto para que todos possam tirar suas dúvidas e entender a importância da vacinação. Ela disse que questionar é comum, mas acreditar nas pesquisas científicas é necessário.
“Todos têm suas dúvidas e devem saná-las, devem perguntar, mas uma coisa que não pode acontecer é essa baixa na imunização que a gente vê acontecendo em todo o nosso país e a gente vê esse movimento antivacina muito grande. Muitas vezes a pessoa diz, ‘eu tomei vacina, mas adoeci’, mas é justamente para evitar esses sintomas de gravidade, se não tivesse tomado a vacina o que poderia ter acontecido com você?”, questionou.
A médica geriatra, Vanessa Cristiane, contou que muitos de seus pacientes têm receio em se imunizar em razão da possibilidade de efeitos adversos. Ela disse que é preciso explicar sobre o tema para os idosos para evitar a hospitalização ou até mesmo a morte.
“Eles têm alguns preconceitos, já acham que vão ter alguns sintomas e, por vezes, não tomam as vacinas já pensando nisso. Tem alguns que dizem ‘eu nunca adoeço’, aí acabam não aderindo aos esquemas de vacinação, mas a gente sabe o quanto é importante para evitar essas doenças que são preveníveis, evitar uma internação que, por ventura, podem levar inclusive à morte do idoso, então é preciso prevenir”, falou.
A ginecologista, Carmen Luiza, destacou o preconceito existente em todas as faixas etárias. Ela afirmou que muitos pais e responsáveis decidem não imunizar os filhos contra o vírus HPV por serem crianças ou adolescentes e não terem iniciado a vida sexual, mas este vírus pode causar diversos tipos de câncer.
“Houve mudanças do Ministério da Saúde e do Plano Nacional de Imunização, hoje temos apenas uma dose e o resgate das meninas até 19 anos. O início da vacinação é a partir de nove anos de idade e esse é um dos grandes problemas porque os pais não compreendem que precisam trazer os seus filhos a essa vacinação. É muito importante, porque não somente causa o câncer do colo do útero, a vacinação do HPV protege também contra outros canceres, assim dizendo um câncer de vagina, de vulva, de pênis, de orofaringe e de boca”, detalhou.
A imunologista, Gabriella Melo, lembrou que a vacina foi responsável por erradicar a varíola, quase erradicar poliomielite (existente ainda em alguns países da África) e controlar diversas doenças, diminuindo a mortalidade, principalmente infantil.
“Quando nós falamos de vacinação, nós falamos de uma das principais medidas de saúde pública que nós temos atualmente no Brasil e a vacinação foi responsável pelo controle e erradicação de diversas doenças. Infelizmente, devido a movimentos contrários como o movimento antivacina ou da hesitação vacinal que foi exacerbada por conta da pandemia, nós devemos aproveitar sempre a oportunidade de debater o tema, trazendo dados que fundamentem a importância disso”, declarou.
Com hospitais precisando atender pacientes além de suas capacidades de profissionais disponíveis, Gabriella Melo disse que esta é uma forma de diminuir a necessidade de procura por atendimento médico.
“Vacinas são feitas para acabar com doenças que podem causar a morte, a hospitalização ou deixar sequelas, então se a gente tem disponível isso, por que a gente vai evitar de buscar esse meio de nos proteger?”, acrescentou.
A palestra ocorreu durante o grande expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa de Sergipe. A sessão foi presidida pelo vice-presidente da Alese, deputado Garibalde Mendonça (PDT).
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