Profissionais do Magistério são homenageados durante Sessão Especial

Profissionais do Magistério são homenageados durante Sessão Especial

De iniciativa da deputada Linda Brasil (PSOL), foi realizada na tarde desta segunda-feira (21), no plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), uma Sessão Especial em homenagem ao Magistério Sergipano. Foram homenageados educadores das redes públicas municipal, estadual e federal, com girassóis (símbolo de resistência e certificados), como reconhecimento ao trabalho realizado e projetos desenvolvidos nas unidades escolares; certificados e leques.

Linda Brasil informou ser o segundo ano que realiza uma Sessão Especial para homenagear os profissionais do magistério, no plenário da Alese. “Além de comemorar o Dia dos Professores, que também é uma data de luta e resistência, vamos fazer uma homenagem a 16 professores que desenvolvem projetos importantes para o fortalecimento da educação pública aqui no nosso estado. é A partir  desse reconhecimento, valorização e respeito aos professore se professoras, que a gente fortalece a educação pública no nosso estado”, ressalta.

A parlamentar ressaltou a importância de uma educação justa, inclusiva e democrática. “A educação é o alicerce do desenvolvimento de uma sociedade e no centro desse processo, estão os professores e as professoras responsáveis por refletir e inspirar futuros, construindo caminhos para o progresso. No entanto, apesar da importância incontestável desse papel, a valorização da categoria ainda é um grande desafio, considerando os desmontes e os descumprimentos ocorridos nos últimos anos dos governos devastadores e em compromissos sociais, com falas violentas aos profissionais do magistério. Valorizar a categoria não significa apenas oferecer salários adequados, embora isso seja crucial para garantir dignidade profissional e motivação. A valorização também envolve oferecer condições adequadas de trabalho, como  infraestrutura das escolas, materiais pedagógicos e formação continuada”, acredita Linda Brasil.

O professor Dartagnan Abdias Silva, do Núcleo de graduação em Ciências da Religião da Universidade Federal de Sergipe (UFS), enfatizou que valorizar e colocar o professor em destaque, tem que ser a principal pauta em todos os lugares. “A gente não constrói uma cidadania, uma evolução humana com dignidade e dando condições de vida, se a gente também não valorizar a educação. Educação é sempre a base; nos países mais desenvolvidos e com melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), têm sempre priorizado a educação e para priorizar a educação tem que valorizar o professor. Não tem como a gente falar de educação sem o professor”, entende Dartagnan Abdias.

Homenageadas (os)

Após os pronunciamentos das sindicalistas, foram homenageados 16 profissionais do magistério: o professor Gustavo Floriano dos Santos, do Centro de Excelência Professor Gonçalo Rollemberg Leite – Aracaju. É ator, diretor, brincante e professor da rede pública estadual de Sergipe; graduado em Teatro Licenciatura e mestre em Culturas Populares pela UFS; o professor Jonathan Rodrigues Silva, da Escola Estadual Gilberto Freire (Nossa Senhora do Socorro), é artista das artes cênicas, professor licenciado em Teatro (UFS) e pós-graduado como Mestre. Pesquisador teórico/prático sobre processos de composição cênica, com foco no corpo como dispositivo para criação da cena. Tem se dedicado a desenvolver funções como professor de arte na rede estadual de ensino de Sergipe;

A professora Roberta Brito Lima, do Centro de Excelência Professor João Costa (Aracaju). Doutoranda em Linguística pelo Programa de Pós-graduação em Letras pela UFS; Mestra em Letras pelo Programa de Mestrado Profissional em Letras da UFS e Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileir. Foi diretora da Escola Estadual 8 de Julho; é professora efetiva na rede estadual de ensino de Sergipe, atualmente lecionando no Centro de Excelência Prof. João Costa. É pesquisadora pela Fapitec-SE, onde orienta projetos de pesquisa em Direitos Humanos, com ênfase em: questões de gênero, empoderamento feminino e bullying LGBTfóbico na escola pública.  A professora Josimeire Batista Santos, do Colégio Estadual 11 de Agosto (Aracaju), é licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal de Sergipe e pós-graduanda em Psiconeuroopedagogia Institucional e Clínica. É professora efetiva em Aracaju da rede municipal;

A professora Adalcy Costa dos Santos Centro de Excelência Nelson Mandela (Aracaju), leciona Arte da educação básica com Licenciatura Plena em Educação Artística; tem Bacharelado em desenho gráfico e Pós-graduação em Gestão Escolar; idealizadora e coordenadora do Projeto Cortejo Cultural por 12 anos, uma das coordenadoras do Projeto Alma Africana. Envolvida em movimentos e espaços da cultura popular e idealizadora da escrita criativa em contos africanos. Escritora de contos africanos. Artista plástica, membro integrante do Corpo Coreográfico Descidão dos Quilombolas, Tambor de Crioula Rosa São Benedito e Cia de Cultura Popular Sala de Reboco;

O professor Allisson Gomes dos Santos Goes, da Escola Estadual Prefeito Anfilófio Fernandes – Umbaúba. É professor na Rede Estadual de Educação de Sergipe, pesquisador com Doutorado em Sociologia pela UFS; o professor Wendel Salvador Santos, do Centro de Excelência Deputado Jonas Amaral (Nossa Senhora do Socorro). Artista visual, performer e professor de arte da rede pública estadual de Sergipe, mestrando em Artes da Cena pela Escola Superior de Artes Célia Helena e licenciado em Artes Visuais pela UFS. Explora temas de raça, identidade e cultura afro-brasileira em seus trabalhos, tem focado seu olhar sobre a história da negritude sergipana. Tem participado de exposições coletivas e individuais. Semifinalista no XXIV Prêmio Arte na Escola Cidadã do Instituto Arte na Escola;

A professora Angela Apolônio Rosa Lima, do Colégio Indígena Estadual Dom José Brandão de Castro (Porto da Folha). Licenciada em Pedagogia, pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, do Ceará, com Especialidades em Psicopedagogia pela Universidade Tiradentes-UNIT, em Coordenação Pedagógica pela UFS  e em Gestão Escolar pela Faculdade. Professora do Colégio Indígena Estadual Dom José Brandão de Castro há 26 anos, tenho experiência em Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação de Jovens e Adultos e Coordenação Pedagógica. É Diretora do Colégio Indígena e Orientadora da Formação Ação Saberes Indígena na Escola/Núcleo UFS;

Professora Ângela Apolônio

O professor Fábio Silva Santos, do Colégio Estadual Professor Antônio Fontes Freitas (Nossa Senhora do Socorro). É graduado em Letras-Português pela UFS e mestre em Letras.
Professor efetivo da SEDUC-SE, ministra aulas de Língua Portuguesa para turmas do ensino médio no Colégio Estadual Professor Antônio Fontes Freitas. Professor efetivo da SEMED-Socorro, ministra aulas de Língua Portuguesa e Produção Textual para turmas do ensino fundamental na Escola Municipal Gentil Daltro; o professor José Eduardo Cruz Souza, do Colégio Estadual Abelardo Barreto do Rosário (Tobias Barreto). Professor de Biologia da rede estadual de Sergipe, nos municípios de Tobias Barreto-SE e Olindina-BA. Desenvolveu os projetos “Hidroponia Residencial” e “Recicleducar”, em Sergipe. Na Bahia, desenvolveu os projetos “Biodigestor Residencial”, premiado na Feira de Ciências do Estado da Bahia, e “Aproveitamento da chuva com garrafas pet”.

O professor Alan Silva da Conceição, do Centro de Excelência Poeta José Sampaio (Nossa Senhora do Socorro). Possui graduação em Letras-Português pela Universidade Tiradentes e é especialista em Literaturas Brasileira e Portuguesa pela Faculdade Pio Décimo. Com experiência no ensino privado dentro do estado de Sergipe, ele exerceu sua profissão em diversas escolas particulares em Aracaju. É servidor efetivo do Governo de Sergipe, exercendo a função de professor de Língua Portuguesa com ênfase em gramática, literaturas brasileira e portuguesa e produção textual, com foco no tipo de texto dissertativo-argumentativo para o Enem. Professor de Português, Redação e Literatura no Preuni (Pré-universitário do estado de Sergipe). Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: didática e blog e mídia; no ensino de gramática, Literaturas Brasileira e Portuguesa e Produção de texto nos níveis fundamental anos finais, médio convencional, médio integral e pré-universitário. Está lotado no Centro de Excelência Poeta José Sampaio, em Nossa Senhora do Socorro, desenvolvendo diversas ações e projetos relacionados ao antirracismo, diversidade de gênero, identidade e consciência política.

Homenagem às professoras Ivônia Pereira, Josefa Lisboa e Sandra Beiju

A professora Rosana Carla do Nascimento Givigi, da UFS, concluiu o Pós-Doutorado em Educação Especial e mestrado em Educação na Universidade Federal do Espírito Santo. Graduada em Fonoaudiologia. É professora associada do curso de Fonoaudiologia e do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFS. Coordenadora do Programa de Pós Graduação em Educação e líder do Grupo de Estudo e Pesquisa em Linguagem e Comunicação Alternativa.

O professor Dartagnan Abdias Silva, do Núcleo de graduação em Ciências da Religião da UFS em São Cristóvão. Doutor e Mestre em Ciência da Religião, Licenciado e Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF. Foi professor da Educação Básica da Rede Estadual de Minas Gerais, atuando como professor no ensino regular, na Educação de Jovens e Adultos – EJA, no sistema prisional; e como educador social no Processo Estratégico Poupança Jovem. Atuou também na promoção de palestras e intervenções na perspectiva de combate ao Bullying Escolar junto a Secretaria Municipal de Educação de Juiz de Fora. Hoje é professor efetivo da UFS, atuando na graduação e pós-graduação em Ciências da Religião, onde desenvolve atuação e pesquisa nas áreas de Religião e Educação, Ensino Religioso, Diálogo Inter-Religioso, Mitologias, Tradições Populares, Paganismo, Bruxaria Moderna, Sexualidade e Gênero.

O professor Carlos Alberto Santos de Paulo, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e do Ilé Osogunladé (SãoCristóvão). Ex-Pró Reitor da Pró Reitoria de Políticas de Ações Afirmativas e Assuntos Estudantis da UFRB. Doutor e Mestre em Política Social pela Universidade de Brasília (UnB). Possui Licenciatura Plena em Pedagogia com Especialização em Magistério pelas Faculdades Integradas da Sociedade Educacional Tuiuti (Curitiba/PR). É membro pesquisador do Programa Integrado de Pesquisa e Cooperação Técnica em Comunidade, Família e Saúde: Sujeitos, Contextos e Política Públicas (FASA) do Instituto de Saúde Coletiva ISC/UFBA. Foi professor na Universidade Católica de Brasília – UCB  e coordenou o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro –  NEAFRO/UCB. Bolsista pesquisador nível II no Instituto de Pesquisa Aplicada – IPEA/DF. Exerceu funções públicas como Diretor de Políticas para Comunidades Tradicionais na Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República. Coordenador de Enfrentamento ao Racismo da Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. Secretário Adjunto de Estado de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos  do Governo do Distrito Federal (Brasília). Fez parte da coordenação do projeto Ara Dudu, um movimento importante promovido pelo Terreiro Oxogunlade na qualificação permanente de professores na luta antirracista na educação básica.

Professor Carlos Alberto

A professora Neila Dourado Gonçalves Maciel, da UFS/ Departamento de Museologia. Professora do Departamento de Museologia da UFS. Graduação em Artes Plásticas pela UFBA, Especialização em Metodologia e Didática do Ensino Superior pela Faculdade São Bento, tem Mestrado em Artes Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais – UFBA, na linha História da Arte Brasileira e Doutorado em Arquitetura e Urbanismo pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (UFBA) – na linha de Conservação, Restauração e Gestão dos Bens Patrimoniais.

E a professora Sandra Maria Xavier Beiju, da Educação Básica, em atividade na Rede Municipal de Aracaju, atuando em sala de aula, na Educação infantil – na EMEI Áurea Melo Zamor. Aposentada na Rede Estadual por tempo de atividade em Sala de aula; mestranda em Ciências Ambientais pela UFS. Integrou no 2005 a Primeira Missão Internacional de Cooperação Técnica na área de Educação, entre o Brasil e o Timor-Leste, na Ásia, onde permaneceu por dois anos atuando na formação de professores em exercício na Escola Primária. É vice-presidente do Sindicato de Profissionais do Ensino do Município de Aracaju (Sindipema).

Composição da Mesa

A Mesa Diretora foi composta pela deputada Linda Brasil, a vice-presidente do Sindipema, Sandra Maria Xavier Beiju; a Profª Dra. Josefa de Lisboa, da Associação dos docentes da Universidade Federal de Sergipe (ADUFS) e a vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica do Estado de Sergipe (Sintese), professora Ivonia Aparecida Ferreira; professora da rede Municipal de Estância, Pedagoga e ex-dirigente da CUT Sergipe.

Segundo a Profª Dra. Josefa de Lisboa, parabenizou a deputada Linda Brasil pelo comprometimento com as causas sociais do estado e pela construção do espaço de homenagem ao magistério de Sergipe.

Professora Adalcy Costa

“É cada vez mais necessário trazer o debate para a Casa do Povo e que registra com a sua atitude, um momento de reconhecimento ao conjunto dos trabalhos que os professores sergipanos nas mais diferentes redes e modalidades de ensino realizam no chão da escola. Obrigada por esse espaço que você abre. A educação superior do nosso país e em Sergipe, tem uma questão central que é o fato de nós estarmos lutando hoje não por novas conquistas, mas para resguardar direitos que adquirimos com lutas longas em tempos difíceis. Hoje estamos lutando contra um arcabouço fiscal que limita o orçamento público para todas as modalidades da educação brasileira; congelando a possiblidade de gastos, o que tem feito uma pressão sobretudo às categorias que têm menores rendimentos e aos setores que mais precisam do orçamento público: a saúde, a educação e a seguridade social; enquanto setores como o agro continuam  com parcela do fundo público bastante considerada e sem qualquer possibilidade de redução por conta da força que eles têm no Congresso Nacional. Temos lutado contra a redução de recursos para o ensino superior. Em setembro tivemos um corte de um bilhão e 330 milhões para a educação”, lamenta.

A vice-presidente do Sindipema, Sandra Beiju, disse que o momento é de profundo afeto para o magistério enquanto integrante de uma categoria tão importante na sociedade.

“Além de ser um ato afetuoso é um ato político. Agradeço a essa iniciativa de nos juntar nessa tarde de 21 de outubro para homenagear o magistério público. Nesse momento eu lembro das minhas professoras  e estendo as homenagens a todas elas, a exemplo da companheira Ângela Melo, que faleceu no exercício brilhante de vereadora de Aracaju e nos deixou o legado que deve ser reverenciado. Devemos nos lembrar de onde viemos e quem somos, inclusive para governos como a gente tem hoje que negam os nossos direitos, a exemplo do que temos em Aracaju, que é o município mais rico do estado, é quem mais arrecada recursos para investir na educação e no entanto, temos escolas municipais de educação infantil, creches com estrutura física completamente desumanizantes e, desrespeitosas com as nossas crianças e jovens”, lamenta.

Professora Roberta Brito

A vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica do Estado de Sergipe (Sintese), professora Ivonia Aparecida Ferreira, agradeceu à deputada Linda Brasil pela iniciativa,

“É muito gratificante alguém lembrar da gente. Estamos vivenciando nos dias atuais um massacre aos professores e ver uma deputada celebrar e ter esse resgate histórico do Dia dos Professores, é muito importante para mostrar que nós não estamos só e temos outras pessoas que olham pra gente. O ano passado o governo do estado recebeu o Sintese através da Secretaria de Administração e o pouco que conseguimos foi com muita luta, mas ainda temos gratificações congeladas como o nosso triênio e gratificações para professores do ensino integral. A nossa luta é que pelo menos o governo consiga descongelar as gratificações”, reitera.

No plenário e nas galerias, professores, professoras, familiares e amigos dos homenageados (as).

Fotos: Joel Luiz/Alese