Trump diz que ainda não decidiu se atacará o Irã e afirma que “a paciência acabou”

Trump diz que ainda não decidiu se atacará o Irã e afirma que “a paciência acabou”

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (18) que ainda não decidiu se o país vai atacar o Irã, em meio à escalada do conflito no Oriente Médio.

Na terça-feira (17), Trump havia sugerido a possibilidade de os EUA entrarem no conflito ao lado de Israel. Questionado por jornalistas no dia seguinte sobre uma eventual ofensiva contra o Irã, ele respondeu:
“Não posso dizer ainda.”

Trump também declarou que teria sido procurado por representantes do governo iraniano com a intenção de negociar diretamente com ele na Casa Branca. No entanto, rejeitou a possibilidade de diálogo:
“Eu disse que é tarde demais. O Irã deveria ter negociado antes. A paciência acabou.”

Do lado iraniano, o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, alertou que qualquer ataque direto dos Estados Unidos terá “consequências sérias e irreparáveis” e prometeu uma reação proporcional caso o Irã seja bombardeado.

Na segunda-feira (16), Trump abandonou antecipadamente a reunião do G7 para retornar a Washington, justificando que precisava resolver “assuntos muito importantes”. Pouco depois, a retórica da Casa Branca em relação ao conflito se intensificou. Em uma publicação nas redes sociais, ele afirmou saber onde está escondido o aiatolá e disse que “não o mataria por enquanto”, mas que a paciência estava perto do fim.

Antes da intensificação dos ataques entre Irã e Israel, os Estados Unidos vinham tentando retomar as negociações para um novo acordo nuclear com Teerã — do qual Trump se retirou em 2017, durante seu primeiro mandato.

Israel alega que seus bombardeios estão focados em instalações de enriquecimento de urânio no território iraniano, como o centro nuclear de Natanz. Apenas os Estados Unidos possuem armamento com capacidade de penetrar estruturas subterrâneas como as encontradas nessas instalações.

O conflito direto entre Irã e Israel chegou ao sexto dia nesta quarta-feira, com dezenas de ataques aéreos realizados por ambos os lados. Desde a última sexta-feira (13), os bombardeios já deixaram mais de 240 mortos e milhares de feridos, de acordo com balanços oficiais. Fontes independentes alertam que o número real de vítimas pode ser ainda maior.

Enquanto a tensão segue em alta, ainda não está claro se os Estados Unidos e o Irã retomarão o diálogo diplomático sobre o acordo nuclear, ou se o impasse levará a novos confrontos.